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Israel critica reconhecimento da "Palestina" por sul-americanos

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Israel critica reconhecimento da "Palestina" por sul-americanos

"Existe uma entidade palestina na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina, outra entidade palestina em Gaza, governada pelo Hamas, e as duas não se reconhecem mutuamente", disse Palmor.

"Qual Estado palestino os brasileiros e argentinos estão reconhecendo? Isso não está claro nem sequer para os próprios palestinos."


Reprodução de reportagem da Reuters / Uol Notícias de 07/12/2010 por Dan Williams.


JERUSALÉM (Reuters) - Israel criticou a Argentina, o Brasil e o Uruguai nesta terça-feira por declararem reconhecimento de um Estado palestino, dizendo que isso é uma "interferência altamente prejudicial" por parte de países que nunca fizeram parte do processo de paz no Oriente Médio.

"Eles nunca contribuíram para o processo ... e agora estão tomando uma decisão que vai completamente contra tudo o que foi acordado até agora", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Yigal Palmor. "É um absurdo."

Palmor disse que Israel vai transmitir sua decepção aos governos em questão e avisar "qualquer país que siga seu exemplo" que ele corre o risco de causar mais confusão em torno do processo de paz.

A Argentina anunciou na segunda-feira que reconhece a "Palestina como Estado livre e independente" e disse que a decisão segue as do Uruguai e Brasil, que no mês passado reconheceram um "Estado da Palestina baseado na fronteira pré-1967".

Israel contesta a reivindicação palestina de controle de toda a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, terras que capturou da Jordânia na guerra de 1967 e nas quais desde então fixou grandes assentamentos judaicos.

"Tal declaração hoje apenas prejudica o processo de paz, porque simplesmente encoraja os palestinos a continuar resistindo, na esperança de que algum milagre caia do céu ou que a comunidade internacional imponha algum tipo de acordo a Israel", disse o vice-chanceler Danny Ayalon.

"E o importante é que os americanos tampouco aceitam isso", disse Ayalon à rádio do Exército de Israel.

A maior parte do mundo ignorou a declaração de um Estado palestino feita por Yasser Arafat em 1988. Mas, com o processo de paz murchando, o presidente palestino, Mohammed Abbas, disse que outras opções podem incluir buscar o reconhecimento do Estado palestino nas Nações Unidas - embora ele tenha admitido que seja pouco provável conseguir o apoio dos EUA.

IMPASSES

As negociações de paz mediadas pelos EUA, e que começaram há duas décadas, se baseiam na premissa de um Estado palestino delineado com o consentimento de Israel. As potências mundiais querem um tratado que crie um Estado na Cisjordânia -- incluindo Jerusalém Oriental -- e na Faixa de Gaza, que Israel tomou do Egito na guerra de 1967 e da qual se retirou em 2005.

O atual primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de direita, está resistindo aos chamados dos EUA pelo fim das construções nos assentamentos israelenses na Cisjordânia, algo que Abbas definiu como condição para a retomada das negociações.

Abbas argumenta que os palestinos, que já aventaram a possibilidade de trocas de terra como parte de um possível acordo com Israel, precisam de garantias de que seu futuro Estado terá território suficiente e uma capital em Jerusalém Oriental.

Israel diz que Jerusalém é sua capital não divisível. Mas esse status, como também o dos assentamentos israelenses, não ganhou apoio internacional.

O direito de Abbas de negociar fronteiras e outras questões-chaves é contestado pelo grupo islâmico Hamas, que venceu uma eleição em 2006, tomou o controle da Faixa de Gaza um ano depois e rejeita a coexistência permanente com o Estado judaico.

"Existe uma entidade palestina na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestina, outra entidade palestina em Gaza, governada pelo Hamas, e as duas não se reconhecem mutuamente", disse Palmor.

"Qual Estado palestino os brasileiros e argentinos estão reconhecendo? Isso não está claro nem sequer para os próprios palestinos."

(Reportagem adicional de Mohammed Assadi em Ramallah e Maayan Lubell e Douglas Hamilton em Jerusalém)


Reprodução de outra reportagem de 06/12/2010 do Terra notícias


Palestinos saúdam reconhecimento e dizem que Brasil é pioneiro


O porta-voz do gabinete palestino, Ghassan Hatib, declarou nesta segunda-feira que os palestinos ficaram extremamente satisfeitos com a decisão da Argentina de seguir o exemplo do Brasil e reconhecer o Estado palestino com as fronteiras existentes em 1967.

"O Brasil é, sem dúvida, o pioneiro nesse processo, dando um exemplo que já foi seguido pela Argentina e que esperamos também seja seguido por outros países da América Latina", disse o porta-voz palestino à BBC Brasil.

Na sexta feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta a seu colega da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarando que o Brasil reconhece o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, deflagrada em 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.

O Brasil e a Argentina foram os primeiros países ocidentais a reconhecer o Estado Palestino, que já havia sido reconhecido por cerca de cem países da Ásia e da África.

O ministério das Relações Exteriores de Israel manifestou "pesar e decepção" com a decisão do presidente brasileiro e afirmou que o reconhecimento "prejudica o processo de paz".

O Estado judeu considera ainda que o reconhecimento "constitui uma violação do acordo interino firmado em 1995, que estabelecia que o status da Cisjordânia e da Faixa de Gaza será determinado em uma negociação entre as partes".

Pressão
Hatib afirmou que o presidente Abbas ficou "muito grato e otimista" após a declaração de Lula e "já previa que outros países iriam seguir o exemplo do Brasil".

Para Ghassan Hatib, o reconhecimento tem uma importância diplomática "muito grande".

"Se vários países da América Latina reconhecerem nosso Estado, haverá um impacto sobre toda a comunidade internacional, que poderá levar ao reconhecimento de um Estado Palestino independente, no próximo verão, pelo Conselho de Segurança da ONU", disse.

O porta-voz também mencionou "efeitos concretos" do reconhecimento, como a transformação das representações diplomáticas palestinas em embaixadas e uma maior facilidade para a assinatura de acordos bilaterais envolvendo os palestinos.

Para o porta-voz, o reconhecimento crescente do Estado palestino poderá contribuir para o avanço do processo de paz, pois, segundo ele, "constituirá uma pressão sobre Israel para voltar à mesa de negociações".

"Estamos dispostos a retomar as negociações a qualquer momento, mas Israel optou por ampliar os assentamentos em vez de negociar", acrescentou.

Já a diretora do departamento de América Latina do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dorit Shavit, disse à BBC Brasil que o reconhecimento do Estado Palestino "prejudica o processo de paz, pois diminui a motivação dos palestinos para retomar as negociações".

"Se eles (os palestinos) podem conseguir um Estado sem negociar, para que negociar?", questionou a diplomata israelense.


FOTO: Ao lado de Netanyahu e Abbas, secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, anuncia abertura das negociações de paz no Oriente Médio. (Foto: Reuters) em 02/09/2010 >> http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/israel-pede-reconhecimento-e-palestinos-fim-de-embargo.html


[ Fonte:  http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/12/07/israel-critica-reconhecimento-da-palestina-por-sul-americanos.jhtm , http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4830163-EI306,00-Palestinos+saudam+reconhecimento+e+dizem+que+Brasil+e+pioneiro.html ]


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