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Os 15 pontos essenciais em Chinuch do discurso de Rabino Moshe Braverman no Brasil
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O renomado palestrante internacional e educador Rabino Moshe Braverman Shlita, abrilhantou os conceitos de educação que todo pai e mãe deve se esforçar para realizar. Leia o artigo até o fim e saiba como educar melhor os seus bens mais preciosos.
CHINUCH YELADIM
TRANSCRIÇÃO DA PALESTRA DO RENOMADO EDUCADOR, RABINO MOSHE BRAVERMAN DE ISRAEL PARA PAIS E MÃES NA ESCOLA BETH JACOB EM SIVAN 5770 – MAIO 2010.
Observações iniciais:
- Muitos pensam que o mais importante é o Chinuch dos filhos homens, mas isso é um erro, pois as filhas serão as futuras mães, e delas precisa vir muito do Yirat Shamaim, Derech Eretz e da Torá dos filhos.
- Shlomo Hamelech escreveu (Mishlê, 1:8): “Shmá Beni Mussar Avicha ve Al Titosh Torat Imecha” (Escute meu filho o Mussar do seu pai e não abandone a Torá de sua mãe). Para aprender o Mussar do pai, os filhos precisam escutar, mas a Torá da mãe os filhos aprendem mesmo sem escutar. A mãe é um exemplo muito forte para os filhos, cada um dos seus atos influencia o que o filho vai ser.
Por isso é preciso se preocupar com a educação das filhas até mais do que com a educação dos filhos.
- No Talmud muitos Amoraim pedem pela vinda do Mashiach, mas declaram que não querem estar no momento da chegada dele. Por que? Por todas as dificuldades que virão na geração antes de sua vinda.
- Profecia da era Messiânica: “Pessoa vê leão fora de casa, tem medo e encontra abrigo dentro de casa onde se sente seguro atrás da proteção das paredes. Porém não percebe que uma cobra escondida na parede sai do seu esconderijo e o morde”. O que significa esta profecia? Na geração do Mashiach o perigo virá de onde menos esperamos: de dentro de nossas próprias casas!
- História: marido bebe muito, fica fora de si, começa a quebrar toda a casa. A esposa até ficar quieta e não tenta segurá-lo. Mas quando ele pega uma faca e vai para o quarto das crianças, a mulher avança sobre o marido e o desarma. Quando a casa está em perigo não tem tanto problema quanto, mas quando a segurança dos filhos está em questão, muda tudo!
- Perigo atual: A INTERNET. Apertando um único botão, os filhos podem ter acesso a coisas terríveis. Pais colocam os filhos dentro de casa para proteger dos perigos externos, sem imaginar que o maior perigo está dentro.
- Segundo algumas opiniões existe Issur de Ichud com a Internet. Ninguém está isento deste perigo, nem se for Tzadik. É proibido confiar em si mesmo! “Ein Apotropus Learaíot”. - Se é proibido o Ichud com a Internet para os adultos, muito mais para as crianças.
- No cinema, quando o filme é impróprio, crianças menores de 18 anos não entram. Com a Internet, que é muito pior, o acesso é livre!?
- Os pais têm basicamente 3 Tafkidim (funções, tarefas) com os filhos: a) Lehagdil, b) Lechanech e c) Leachkim (Leachkim = tornar sábio ( Tehilim 19:8 - Machkimat Peti = Tornar sábio o simplório).
O ideal seria que aquele que Machkim seja também aquele quem Megadel e Mechanech, pois uma vez que conhece bem os pontos fracos e fortes do 'filho' e consegue potencializar o estudo.
- Atualmente os pais não tem mais participado tanto do “Leachkim”, há muitos educadores fazendo este trabalho. Porém ao delegarmos, acabamos deixando de lado muito mais do que ‘apenas’ isso!
- Akeidat Yitzchak - O último dos 10 testes de Avraham: “Pegue por favor seu filho”. Por que está escrito “por favor”? Rashi explica que se Avraham não passasse no último teste, os outros 9 anteriores não teriam “Mamashut”.
Os outros 9 testes foram muito difíceis, por que a Torá diz que, se não fosse o último, não teriam Mamashut?
O último teste foi para Avraham Avinu transmitir para o seu filho o conceito de Messirut Nefesh. Isso é Chinuch, isto é o que Hashem mais ama, e sem o Chinuch todos os outros testes não iam ter Mamashut.
- Argumento dos pais para se “isentar” do Chinuch: “NÃO TENHO TEMPO”! Pai trabalha ou estuda o dia inteiro, mãe também trabalha ou tem outras coisas importantes no dia.
- No mundo inteiro o dia tem 24 horas, a hora tem 60 minutos, o minuto tem 60 segundos. Não existe “Não tenho tempo”. Na verdade “Não tenho tempo” significa “Não é importante”.
Exemplo: ligam para os pais dizendo que o filho caiu e se machucou. Imediatamente os pais arrumam tempo para levá-lo ao hospital.
- “Não tenho tempo” é mentira! Nada na vida pode ser mais importante do que o Chinuch dos filhos.
- Os 15 Pontos básicos e essênciais na educação de qualquer criança.
1) YACHAS (ATENÇÃO): Sem isso a criança se sente excluída.
História: Rav Braverman estava no meio de uma aula de Guemará para rapazes de 14 anos. De repente, um rapaz que estava fazendo uma pergunta começou a chorar. O Rav pediu para que ele escrevesse qual o problema e o convidou para conversarem mais tarde. O rabino viu que o bilhete dizia “Sinto que ninguém precisa de mim”. O Rav Braverman ligou imediatamente para o pai do garoto e perguntou: “O que aconteceria se, 14 anos atrás, você não tivesse tido um filho?”. O pai respondeu “Ao invés de 13 seriam apenas 12”!!!
- O ser humano precisa de atenção de fora. Precisamos mostrar que precisamos de cada um dos nossos filhos, o quanto eles são importantes e especiais.
2) AHAVÁ (AMOR): Os pais costumam cometer um grande erro ao dizer “Te amo pois você fez algo de bom”. Nós devemos amar pois são os nossos filhos! Você pode ficar feliz quando seu filho faz algo de bom, mas deve amá-lo sem nenhum outro motivo, apenas porque ele é seu filho.
3) ARACHÁ (SABER VALORIZAR): Crianças que não recebem atenção positiva começam a buscar atenção de forma negativa. Precisamos reconhecer os esforços da criança, mesmo em coisas que ela não teve sucesso, mas tentou.
4) DIMUI ATZMI CHIYUVI (AUTO-IMAGEM POSITIVA): Se dizemos para a criança o tempo todo apenas coisas negativas, ela se sente um fracassado. Experiências com microfones escondidos em casas mostram que 80% das coisas que falamos aos filhos são negativas. A criança precisa se ver de forma positiva, precisa saber que é um Tzadik.
- História: Criança chega em casa com nota 7,5 e o pai reclama por que não foi um 10. Quando chega com um 10, o pai reclama que a letra está feia. O garoto pensa “Não adianta nem ser um anjo, pois meu pai perguntará por que eu não sou um anjo maior”.
- Precisamos sempre dizer coisas positivas. Isto motiva a criança a crescer e se desenvolver. Isso dá força e vida para ela.
5) BITACHON ATZMI (AUTO-CONFIANÇA): A criança precisa acreditar que pode. São observadas muitas crianças que não têm confiança em si mesmas, que têm medo de tentar.
Como melhorar a auto-confiança dos filhos? Dando para eles Tafkidim: lavar a louça, arrumar a mesa, etc. Cada um de acordo com suas capacidades. Mostrar que confiamos neles, que ela já pode tomar decisões tanto em áreas físicas quanto espirituais.
6) HAVANÁ (ENTENDER): Precisamos entender nossos filhos. Entender por que ele fez certa atitude.
- História: educador dá um prova para professores. Não corrige o teste, diz que apenas queria que os professores sentissem o que sentem os alunos quando estão sob pressão.
- Quando uma criança faz coisas sem sentido, fora do normal dela, com certeza há algum motivo por trás. Antes de julgar temos que tentar entender qual o problema.
- História: O avô do Rav Braverman, Rav Zelig Braverman, tinha um Guemach de distribuição de Chalót Erev Shabat. Havia um homem que todas as semanas vinha pegar Chalót, mas um dia chega muito tarde e as Chalót já tinham acabado. O homem se descontrola e dá um tapa na cara do dono do Guemach. O homem entra na casa e pega as suas próprias Chalót e dá para ele. A esposa não entende, ele explica: “Toda semana este homem passa cedo e pega suas Chalót. Esta semana ele deve ter se atrasado no trabalho, por isso não chegou na hora. Quando avisei que não tinha mais Chalót, ele deve ter se desesperado. Sua esposa certamente faria um grande escândalo. Por isso ele perdeu o controle”. Contam que depois ele se fechou em um quarto e ficou andando de um lado para o outro dizendo “Zelig, Zelig, você não podia ter entendido o desespero daquele homem sem ele ter te batido?”.
- Se é um mau costume, é preciso educar. Mas se aconteceu ocasionalmente e é um comportamento estranho, é preciso entender o que há por trás, qual o problema.
7) MISHMAAT (OBEDIÊNCIA): A criança precisa aprender a obedecer. Precisa entender que todos se submetem a uma autoridade superior. Em casa, na escola, etc. E o principal é ensinar a criança a escutar mesmo quando ela não entende ou concorda. Precisa ter amor e entendimento, mas a criança precisa aprender a escutar mesmo sem receber explicação das coisas.
- Cuidado: os pai são os exemplos dos filhos. Nunca o pai pode diminuir uma autoridade a qual o filho se submete.
Exemplo: Filha chega da escola e diz uma Halachá que ela aprendeu na escola. O pai, como nunca escutou esta Halachá, diz: “Não pode ser, está errado”. Isto quebrou a confiança da filha na professora. Antes de tudo é preciso verificar se está realmente errado. E mesmo que esteja, nada pode ser feito com desprezo.
- A criança precisa ser educada a, sempre quando estiver dentro de um Misgueret (ambiente), se adequar e respeitar as leis do lugar.
- Experiência: 150 crianças foram mandadas para uma escola-teste, onde havia de tudo, comida na hora que quisessem, descansar quando quisessem, liberdade total. Depois de 1 ano todas as crianças saíram problemáticas.
- Ter limites é bom, é saudável. Precisamos definir limites para os filhos.
8) LISHMOA (ESCUTAR OS FILHOS): Muitas vezes a criança quer contar algo, mas não temos tempo para ouvi-la. Precisamos escutar nossos filhos! Muitas crianças crescem com problemas porque foram “ignoradas” quando eram pequenas. Quando uma criança tem medo, precisamos escutar o que ela tem para contar. Não podemos lutar contra o sentimento, precisamos entendê-la.
9) SIPUK (SATISFAÇÃO): A criança precisa estar satisfeita com o que ela faz. Mesmo quando se esforçou e foi mal na prova, precisamos ensiná-la a estar feliz pois tentou, fez tudo o que podia, se esforçou. A criança não pode ir dormir achando que o dia não valeu a pena.
10) LILCHOTZ (PRESSIONAR): Precisamos exigir da criança, não que ela esteja no limite, mas que cresça constantemente.
- A Torá nos ensina que mesmo cada grama tem um anjo responsável por ela que fica o tempo inteiro dando um tapinha e dizendo “cresça”. Precisamos constantemente incentivar nossos filhos a crescerem e se desenvolverem.
11) TSUMAT LEV (DAR ATENÇÃO): Criança precisa sentir que os pais cuidam dela. Quando ela reclama que dói a cabeça, pode ser saúde, pode ser apenas necessidade de atenção. Não podemos desprezá-la e dizer “não é nada”, pois senão ela não tem mais em quem se apoiar.
- A criança, por natureza, confia no seu pai. Criança diz “se tiver um terremoto, o meu pai me protege”. Não podemos quebrar esta confiança “abandonando”o filho quando ele precisa. Quando a dor de cabeça é falta de atenção, podemos dar umas gotinhas de “água com açúcar” para demonstrar que nos importamos.
12) SHLITÁ (CONTROLE): O ser humano precisa controlar seu Yetzer, é isso que o diferencia dos animais.
- Pirkei Avót: “Quem é o valente? Aquele que conquista seu Yetzer”. Não define o que é valentia, e sim quem é o valente. Quando controlamos o Yetzer, nos tornamos valentes.
- Auto-controle significa não fazer tudo o que temos vontade. A criança não pode receber tudo o que ela quer. Precisa aprender a controlar as vontades.
- Vencer o Yetzer é uma Maalá Ruchani que devemos ensinar aos nossos filhos.
13) HITMODEDUT (ENFRENTAR): Hoje em dia as crianças já recebem tudo pronto e mastigado, não passam necessidades, e por isso se acostumam a não saber enfrentar adversidades.
- Nem tudo o que queremos vamos ter na vida, e isto não é motivo para chorar. Não precisamos desistir, mas precisamos saber enfrentar uma dificuldade de cabeça levantada.
14) ATZMAUT (INDEPENDÊNCIA): A criança precisa aprender desde pequena a ser responsável pelos seus atos. Deixe a criança decidir sozinha. Dê para ela independência para que aprenda a tomar decisões sozinha.
15) ACHRAYUT (RESPONSABILIDADE): Os pais precisam ensinar aos filhos a serem responsáveis pelas conseqüências de seus atos. Se a criança chega atrasada na escola, a mãe não pode interferir e ligar para a escola brigando para deixar a criança entrar. A criança precisa entender que cada ato tem conseqüências boas e ruins.
- Comemos o que preparamos. Se não preparamos nada, ficamos sem comer. Não tirar da criança o peso das conseqüências de um erro cometido.
CONCLUSÃO: Educar é muito difícil. Devemos evitar de todas as formas as situações que nos colocam em testes e nos esforçar ao máximo para educr nossas crianças da melhor e mais correta forma possível.
Adaptado por Koshermap Brasil de transcrição de palestra ministrada pelo educador de Israel Rabino Moshe Braverman feita por Rabino Efraim Birbojm e com revisão de Rabino Moshe Igal Goldfeld, ambos do Binyan Olam de S. Paulo.
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