Domingo 23 de febrero de 2025 • 25 Shevat 5785 • כ"ה שבט ה' תשפ"ה |
LINDA HISTÓRIA & INSPIRAÇÃO: Após meses de preparação, finalmente chega o momento mágico... de baixo da Chupá - o pálio nupcial, os noivos fazem uma promessa mútua de que o amor e a união serão eternos...
Passam poucos anos, as vezes meses, e dúvidas começam a surgir: Será que ele/ela é a minha verdadeira alma gêmea? Devo continuar lutando pelo nosso casamento? Esta pessoa não é a mesma que conheci quando casamos!
Segue aqui uma história com uma profunda lição sobre o significado de "alma gêmea".
- Clique aqui para baixar um PDF do capítulo "Harmonia Familiar" (Shalom Bait) do livro Segulot do 7º Rebe de Lubavitch: http://www.chabad.org.br/TH/Harmonia_Familiar.pdf -
>> História como grande fonte de inspiração para todos nós. - Recebida via e-mail distribuida pelo Beit Chabad Central em 28/12/2011.
O Noivado no Espelho - Uma História Real sobre Alma-Gêmea
Em 1810, Rabino Yehoshua Heshel de Komarna, o primogênito do Rabino Baruch Teumin-Frenkel, certa vez precisou viajar a negócios para a cidade de Tarnigrod. Após finalizar suas transações comerciais, ele foi direto à yeshivá local para estudar Torá. Ali encontrou um jovem de dezessete anos que estava tentando decifrar um problema talmúdico com intensa e ininterrupta concentração. O viajante entrou numa discussão erudita com ele, e imediatamente percebeu que estava lidando com um jovem que possuía dons extraordinários. Perguntou ao rapaz quem era ele, e quando o jovem informou seu nome, Chaim Halberstam, o nome do pai e outros detalhes de seus antepassados, Yehoshua Heshel decidiu então que ali estava o possível par para sua irmã, Rachel Feigue.
O jovem Chaim expressou sua disposição em considerar o noivado. Yehoshua Heshel foi imediatamente ao seu hotel e despachou uma carta urgente para seu pai em Leipnick, anunciando que tinha encontrado o par adequado para sua irmã, e que o noivo em perspectiva era um prodígio em erudição de Torá e religiosidade, ao nível dos maiores sábios dos séculos anteriores.
A carta incluía todos os detalhes da identidade e linhagem do rapaz. No entanto, o escritor escondeu do pai um detalhe: não informou que o jovem era aleijado. Aos olhos de Rabino Yehoshua Heshel o extraordinário gênio do rapaz tornava a deficiência parecer insignificante, e ele tinha um forte desejo que este noivado se concretizasse.
Algum tempo depois, a questão do problema físico do jovem prodígio se tornou conhecida. Esta informação chegou aos ouvidos de Rachel Feigue, a futura noiva, e ela correu ao pai com a perturbadora notícia.
Quando ouviu o relato da filha, Rabino Baruch expressou sua ira sobre o filho, que tinha mantido em segredo essa informação. Mas o que se deveria fazer agora?
Rabino Yehoshua Heshel, que assumia a principal responsabilidade por este triste estado de coisas, tentou consolar o pai, e propôs que o futuro noivo fosse convidado para ir a Leipnick. O filho mais velho de Rabino Baruch estava certo de que, quando o pai visse com os próprios olhos o jovem prodígio e testasse seu conhecimento e caráter, ficaria contente com ele, e então também veria o defeito físico como um detalhe insignificante. Além disso, Yehoshua Heshel estava igualmente certo de que sua irmã Rachel Feigue gostaria de casar-se com tamanho gênio.
Nesse ínterim, a cidade de Leipnick inteira estava num torvelinho. Era este o noivo certo para a filha do grande rabino? – um aleijado!
Na casa do rabino, também, tudo era confusão e reinava o tumulto. A futura noiva derramava lágrimas amargas; seu pai tentava acalmá-la e transmitir-lhe coragem com argumentos tranquilizantes. Prometeu a ela que se não quisesse o jovem após tê-lo conhecido, ele não a forçaria ao casamento.
Então, continuaram os preparativos para receber o convidado especial. Todos aguardavam ansiosos para ver o que aconteceria quando ele chegasse.
Chegou o dia; o jovem erudito apareceu em Leipnick e dentro de minutos tinha descoberto que sua noiva em perspectiva não queria aceitar o casamento por causa do seu defeito físico. Sua reação foi dizer que queria trocar algumas palavras com a moça em particular.
A essa altura, aqueles que contam a história admitem: “Aquilo que ele disse a ela jamais foi revelado.” Os resultados, no entanto, são bem conhecidos.
Alguns dizem que quando eles estavam sozinhos, Rabino Chaim pediu à jovem para olhar no espelho. Quando ela lançou o olhar naquela direção, seu rosto empalideceu; no reflexo de si mesma que ela via, estava aleijada em uma perna.
Rabino Chaim explicou a ela: “A verdade é que era você quem deveria ter vindo ao mundo com esse defeito. Mas eu, como o marido que lhe estava destinado, aceitei o defeito sobre mim mesmo. Você ainda deseja rejeitar este casamento?”
A jovem ficou quieta e saiu da sala sem dizer uma palavra.
Mais tarde naquela noite ela procurou o pai e disse que tinha mudado de ideia. Seria uma honra, ela declarou, casar-se com Rabino Chaim Halberstam.
Os dois de fato se casaram, e tiveram muitos filhos que seguiram fielmente os passos do pai, que se tornara o famoso “Sanzer Rav” – o “Divrei Chaim”. Seus filhos assumiram o manto de grandeza do pai, e depois disso os filhos deles. Uma dinastia rabínica foi estabelecida, e perdura até os dias de hoje.
O pai da noiva, Rabino Baruch Teumim-Frenkel, era quem mais demonstrava publicamente sua alegria após o casamento. Soubesse ele ou não o que tinha sido conversado entre o jovem casal, de uma coisa ele estava certo. “É verdade que a perna do meu genro é aleijada,” declarou ele, “mas seu cérebro está perfeito.”
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[ Fonte: Recebido via e-mail do Beit Chabad Central em 28/12/2011, original em inglês http://www.ascentofsafed.com/Stories/Stories/5772/731-10.html ]