Construir um Eruv sobre as ruínas de uma cidade atingida pelo tsunami, dirigir oito horas para comprar a chalá de Shabat, e ao mesmo tempo trabalhar na clínica das FDI e fornecer apoio espiritual - tudo em um dia de trabalho do tenente Tzvi Yehuda Mansbach.
Quando Tzvi Yehuda Mansbach completou o curso de oficiais e se tornou rabino das Forças de Defesa de Israel (FDI) ele nunca imaginou que um dia ele estaria prestando serviços religiosos para dezenas de soldados no outro lado do planeta. Mas, então a terra tremeu e Mansbach, rabino distrital do Comando Central da Defesa Interna deixou o seu escritório em Zrifin e embarcou num avião - Destino: Japão. No início da semana passada ele chegou à cidade de Minamisanriku junto com a delegação de auxílio das FDI e desde então está ocupado com coisas como kashruth, rezas, tefilin, Shabat e Pessach.
"Claro que você pode quebrar as leis do Shabat para salvar não-judeus" e chega a citar a Halachá que afirma que a fim de manter a paz - as leis podem ser quebradas quando for para salvar vidas. "Os nossos atos são um reforço das relações com o Japão, participando com eles na sua hora de necessidade e mostrar nossa solidariedade com o povo japonês".
O Rabino diz que é de se espantar o alcance e a potência da catástrofe - "uma cidade inteira desapareceu, não há sequer ruínas" - mas mesmo quando reina o caos não se ignora a necessidade de um "Eruv" "(que permite que se carreguem objetos nas ruas durante o shabat judaico). Na última quarta-feira Mansbach trabalhou duro na construção de divisórias, mastros e cabos que permitirão que a equipe israelense transporte objetos na área durante o Shabat.
Então ele viajou por oito horas - até a padaria kasher mais próxima (e depois retornar) para comprar as chalot de Shabat. E como a equipe agiria durante o Shabat? Os 60 membros da delegação, metade dos quais pertencem às equipes médicas, foram informados de que poderiam transportar objetos e equipamentos e receberam uma refeição especial de Shabat e tiveram tempo para se prepararem para o dia sagrado.
O rabino do Comando da Defesa Interna nunca se esquece de que a missão que o levou para a cidade japonesa é a coisa mais importante e assim não haverá necessidade para cumprirem aos "procedimentos para o Shabat das FDI" que são seguidos nos cursos das FDI e durante o treinamento. Mansbach mostra um verdadeiro espírito de equipe afirmando: "O rabinato das FDI como sempre fazem tudo - a qualquer momento, em qualquer lugar. A missão vem em primeiro lugar, a missão está acima de tudo".
Fiel ao novo caminho criado pelos rabinos das FDI e no papel que ele mesmo assumiu e que não se completa somente com os serviços religiosos para os 10 membros religiosos da delegação, mas engloba também o apoio espiritual para os outros membros da delegação – religiosos ou seculares na realidade complexa em que estão trabalhando.
No entanto, não é apenas a delegação israelense que o representante do rabinato das FDI é responsável - ele também está cuidando da comunidade local em infortúnio. Como a missão do auxílio não tem um prazo definido ele está tomando providências para uma longa permanência no Japão e trouxe 'kits de Seder' para cada soldado. As FDI também estão cuidando da comunidade judaica de Tóquio, que provavelmente terá dificuldade para terem matzá, vinho e Agadás de Pessach e carregaram no avião muitos kits adicionais - para os locais.
"De todos os países do mundo é um grande privilégio estar na primeira delegação de socorros que chegou ao Japão" concluiu o tenente Mansbach enquanto elogiava os seus colegas. "Se estivéssemos em Israel nós precisaríamos de pelo menos 200 pessoas para o que apenas 60 estão fazendo aqui. A organização é incrível".
Para a sua família e amigos que poderiam estar preocupados ele enviou uma mensagem de tranquilidade:
"Estamos a mais de 100 quilômetros de distância das usinas nucleares; temos no time um especialista em segurança em radiação e os resultados do monitoramento não são muito diferentes dos que temos em Israel". A clínica montada pela equipe israelense inclui instalações de raios-x, laboratório, farmácia e uma unidade de terapia intensiva, bem como clínica pediátrica, cirúrgica, ortopedia, obstetrícia, ginecologia, oftalmologia e especialistas em nariz, ouvido e garganta.
[ Fonte: Reprodução de Artigo da Rua Judaica de Osias Wurman - 08/04/2011 ]